Vaca Profana

"Dona das divinas tetas
Derrama o leite bom na minha cara
E o leite mau na cara dos caretas..."

Charles Chaplin

Eu adoro Charles Chaplin!
Adoro seus filmes: emocionam, fazem rir, fazem chorar, fazem sentir mais leve.
Adoro suas frases: doces e ao mesmo tempo fortes.
Encontrei mais uma enquanto navegava por aí...
Deixo aqui pra quem quiser ler:



"Pensamos demasiadamente e
Sentimos muito pouco…
Necessitamos mais de humildade
Que de máquinas.
Mais de bondade e ternura
Que de inteligência..."


Pra ver:

O Garoto (1921)
Luzes da Cidade (1931)
Tempos Modernos (1936)
O Grande Ditador (1940)
Monsieur Verdoux (1947)

Amor à Terra

"Laranja na mesa.
Bendita a árvore
que te pariu."

Clarice Lispector

Você está ficando velho se...

É duro ver os sinais da "idade" chegando...
Neste momento, eu e algumas amigas estamos em plena crise dos (quase) 30!
Conversando com a Lili, descobrimos que os sinais estão por toda parte.
Pior! Se multiplicam a cada dia!

Você está ficando velho quando:

- vai a uma apresentação de maracatu e não aguenta aquela barulheira no seu ouvido?
- vai a lugares públicos lotados e se irrita a cada vez que alguém se encosta em você?
- troca uma apresentação de teatro de graça no fim de semana pela sua caminha quente (e vazia, que isso fique bem claro) ?
- faz vários planos para o "próximo final de semana" (é importante que seja sempre o "próximo") mas já liga para as amigas torcendo para que elas tenham desistido ou que tenham um programa mais interessante, e que você não vai topar de jeito nenhum, é claro!
- quando é "abordada" pelos mocinhos na noite, você se irrita profundamente quando eles são lentos demais e acha um ABSURDO quando eles são "ousados" demais?
- a frase "o que que eu vim fazer aqui?" é recorrente no seu dia-a-dia?
- começa a desenvolver manias horrorosas e sem função aparente?
- ouve seu pai (do alto dos seus 72 anos) dizer: "Nossa senhora, você está chata e resmungona. Parece uma velha!"

Nem vou contiuar a lista porque estou ficando em depressão profunda! rs
Como diria minha (velha) amiga Lili "só de saber que estamos nessa degradação toda já é o primeiro passo pra sairmos dela"!
Eu espero que você esteja certa amiga!
Começaremos nossa caminhada "rumo à juventude" amanhã mesmo!

Agora vou indo.
Minha cama (vazia, que isso continue bem claro) me chama e eu não ando resistindo aos seus chamados!

Alguma poesia

A HORA DO CANSAÇO

As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite de nosso poder
de respirar a eternidade.

Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.

Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nos cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituímos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de utilidade.

Do sonho de eterno fica esse gozo acre
na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

Drummond

Jogo do Bicho

Está em cartaz a peça "Jogo do Bicho", do grupo Teatro da Figura.
Como diria meu "ídolo" Sílvio Santos "eu ainda não vi, mas me disseram que é ótimo!"
Uma das atrizes - Márcia Torquato - é irmã da minha graaande amiga, Sônia.
Por já ter assistido à outras peças da moça e conhecer bem seus dotes artísticos é que recomendo esta nova peça de olhos fechados (olha lá hein Márcia!)
Assim que assistir volto aqui e deixo minhas impressões.
E vamos ao teatro de rua!

"Jogo do Bicho traz à cena três máscaras desenvolvidas a partir da observação e da apropriação de tipos sociais e situações encontradas no ambiente urbano moderno.
Personagens inusitados, metade gente, metade bicho transitam em ambientes imaginários, escancarando os vícios e misérias da vida humana.
A intenção, segundo os diretores, é devolver à cidade uma leitura do seu cotidiano, "filtrada pela análise, reflexão e crítica, abusando do espírito lúdico e do prazer que a linguagem da máscara possibilita a todos, atores e espectadores."

Serviço:
Espetáculo Jogo do Bicho
Estréia: 10 de março, sexta-feira, 21h
Temporada: de 11 a 26 de março
Horários: sextas-feiras, 21 horas / Sábados e domingos, 20h
Local: rua Guaicurus entre Bahia e Espírito Santo (quarteirão fechado)

Vida de Artista...

Quem acha que vida de artista é fácil não sabe de nada!
De artista principiante então...

O grupo onde toco tambor -TambOr Mineiro - foi convidado a participar do programa Caleidoscópio da TV Horizonte hoje, para divulgar a festa de lançamento do nosso cd.
Bom, quando soubemos do convite perguntamos ao nosso "maestro":

- Tem que falar alguma coisa?!
- Não, só cantar e tocar o tambor!

Ah, pensei, já que não tem que falar nada, só sorrir para as câmeras e bater o tambor, vai ser mole!
Estava desanimada... mas minha amiga Marina me deu uma dose de ânimo.
É, vai ser mesmo divertido; vou lá, participo do programa, apareço na TV (rs), bato meu tambor e volto pra casa feliz!
Fui!

Entramos no estúdio cheio de câmeras, luzes, fios, microfones, pessoas ...
(Ai meu Deus, que que eu vim fazer aqui?! Calma Lívia, afinal de contas é só bater o tambor que dá tudo certo!)

O moço do programa (Elias, uma simpatia e uma desenvoltura que só vendo) deu as regras da brincadeirinha:

"Serão tantos blocos de tantos minutos e a platéia DEVE participar!"
(Onde é a saída?!)
"Se a platéia tiver animada tudo bem, se estiver xôxa eu vou pegando as pessoas e entrevistando".
(Pelo amor de Deus gente, animação!!!)

A platéia também tinha alguns "aborrescentes" de uma escola que estavam SUPER animados...

Minha amiga Mari me cutucava e dizia "tô ficando tensa... não devia ter matado minha natação! Que que eu vim fazer aqui?!"
E eu, que estava começando a gostar da idéia, consolava:
"Fica fria, esses aborrescentes vão roubar a cena, você vai ver! Vão dar palpites o tempo todo, nem vai sobrar tempo pra gente!"

No segundo bloco, o moço do programa estava entrevistando uma escritora que estava lançando um livro. Livros pra lá, inspiração pra cá, a bienal de São Paulo acolá quando de repente vejo "alguém" se aproximando com um microfone na mão...

- Qual é o seu nome?
- Lívia
(não tô acreditando nisso! Não era só bater o tambor???)
- E aí Lívia, qual foi o último livro que você leu ou está lendo?
(Livro? Último? Quê? Alguém tire esse imbecil de perto de mim!!!)
- Noites Brancas do Dostoiévski.
(Depois dessa paulada literária eu duvido que ele continue se metendo a besta comigo...)
- Hum, sei. E você comprou, pegou na biblioteca, pegou emprestado com alguém, como é que foi?
(Não é possível! Ninguém vai fazer nada?!)
- Peguei emprestado de uma amiga.
(Será que se eu pedir pra mandar um beijo pra ela ele vai embora?)
- Ah, e sobre os preços dos livros?
(Ah não, eu devo estar sonhando, só pode!)
- Caros, eu acho caros!
(Se vc render mais ainda o assunto eu vou apelar!)
- Então ta bom!
(Será que ele lê pensamento?)

Depois dessa exposição excessiva da (minha) figura eu só me lembro de alguns flashes do resto do programa! rs
Num deles, logo após a MINHA ENTREVISTA (hahaha) ele perguntou à escritora o que ela achava sobre os preços dos livros e ela me solta essa:

- É, mas muita gente tem o dinheiro pra tomar seu chopinho no final de semana mas não tem pra comprar um livro."
(Putz, como ela adivinhou? Só porque o meu livro era emprestado?)

Bom, sofri, suei, quase infartei mas tive meus 30 segundos de fama!
E ainda por cima elevei o nível cultural do TambOr, afinal de contas não é qualquer integrante que lê Dostoiévski não é mesmo?

Pra fechar com chave de ouro, quando um dos atores que também estava partcipando do programa, divulgando sua peça de teatro, foi perguntado sobre um livro que havia gostado ou que queria indicar, ele respondeu:
- Eu gosto muito de autores que escrevem pro teatro mas também fico com Dostoiévski, que é lindo!"
Ahhhhhh! :)
Depois dessa tô até pensando em investir na carreira televisiva!
A Globo que me aguarde!

Dia da Mulher

Em homenagem às "minhas mulheres", um trecho de um poema de Pablo Neruda.

Mulheres, por Pablo Neruda

"Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas. "

Não é de se estranhar que os homens nunca nos entendam...
Eu continuo tentando.

África dos Meus Sonhos

"O desejo de ir para a África parecia ter sido um desejo obscuro de voltar, uma necessidade nostálgica herdada, de migrar de volta para o lugar de onde vieram nossos ancestrais.
Era uma lembrança transportada em meus genes.
A ânsia de voar para casa, como as andorinhas."

Kuki Gallmann

CD TambOr Mineiro

Lançamento do CD Tambor Mineiro
Sábado – 11 de março – 21 horas
Associação Cultural Tambor Mineiro
Rua Ituiutaba, 339 - Prado
Ingressos: R$ 10 – antecipados
(a partir das 14h)
R$ 15 – no dia
Outras informações: (31) 3295 4149 ou 9128 4704

A um Ausente

"Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade